Apresentação

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Como seria promover transformação a partir do nosso maravilhamento? Restaurar nossa sensibilidade para enxergarmos a natureza dinâmica e viva da mudança? 

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Temos operado sob a hegemonia do paradigma mecanicista e tecnológico. Quando enxergamos as coisas como máquinas, nosso fazer se torna um esforço por consertar o que aparenta errado, mesmo sob as melhores intenções. Mas e se o mundo não pedisse por ser consertado? Mas nossa participação nele mais íntima e atenta?

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Allan Kaplan e Sue Davidoff* vêm desenvolvendo uma abordagem radical às mudanças sociais, denominando-a de ativismo delicado.

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“Aparentemente, um ativismo que enfatiza a ação em detrimento da reflexão; que recompensa os efeitos externos e ignora a consciência interna; que foca no outro, mas obstrui o eu; que exalta resultados (quase como se fossem commodities) sem suficiente preocupação pelo processo que os geram, é um ativismo que não parece ter sido capaz de acompanhar as atuais complexidades das mudanças sociais. Ironicamente, esse tipo de ativismo tem nos colocado no lugar de espectadores ao invés de participantes e tem, na realidade, retardado as mudanças. (…) No ativismo, a estridência, a convicção de se estar certo acompanhada pela determinação de mudar o que está errado são tão comuns, que a determinação, ao ficar estridente, pode passar a mimetizar as mesmas forças que estávamos querendo mudar. A psicologia da Gestalt chama isso de “Teoria da Mudança Paradoxal”: quanto mais se tenta mudar um comportamento, mais ele permanece o mesmo.”

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Esta abordagem não é um conceito nem nova metodologia para promover transformação, e de certo não é um jeito mais “bonzinho”. A partir de um termo parafraseado de Goethe, “empirismo delicado”, propõe um caminho de compreensão do mundo “a partir de dentro”, uma reversão no modo de perceber e atuar no mundo. Uma consciência participativa.

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Exploraremos neste workshop questões complexas e desafiadoras da transformação social e desenvolveremos juntos capacidades de cognição e percepção do mundo que podem ser curativas. Adentrando uma forma viva de enxergar e intervir nas situações sociais.